Abre as janelas menina. Colhe margaridas e coloca-as numa jarra colorida. O cheiro dos lençóis lavados. A frescura da limonada acabada de fazer. Abre as janelas e deixa o calor do sol entrar. Menina, é um novo amor a chegar.

É no "toca e foge" que nos encontramos. É no "toca e foge" que nos perdemos. Quase te toco. Fugimos de nós. É neste vai e não vem, incerteza da certeza que é o amor. Não fujas, quero te tocar.

Habituei-me a não te ter mesmo que sempre continuasses comigo. Seguimos por outros caminhos. Virámos costas, mesmo que não te conseguisse virar o coração. Virei costas, mas ainda te sinto,. Raios, logo agora que finalmente te arrumei na caixa de cartão azul onde guardo aquilo que foi especial. Ali estavas tu entre bilhetes de cinema, polaroids desfocadas, folhas secas de um outono, cadernos de apontamentos, o diploma da faculdade... E depois de tantas luas, aqui estás de novo diante dos meus olhos, do meu coração, das minhas luas. O porquê persegue-me e tolda-me o pensamento, agora mais ainda, que sei da tua voz. A verdade é esta: Não sei saber de ti.

O tempo é a tua melhor perspectiva. Com o fluir do mar tudo se torna relativo. Aquela grande dor. Aquela grande alegria. Aquele grande amor. Aquela pessoa. Tudo o que no momento te parecia enorme, cabe agora na palma da mão. Como a primeira vês esfolaste os joelhos, ao primeiro dia de escola, aquela viagem fantástica, o teu primeiro grande amor, a noite em que adormeceste a chorar... O teu mundo, o teu tempo, a palma da tua mão, um sopro.

E de repente o mundo parou por um segundo. Ao coração escapou uma batida. O ar rareou por uma brisa. Pelo menos para mim foi um momento mágico e inesperado. Tu. De novo. Noticias da tua voz. Sim fiquei tonta. O mundo girou mais depressa do que nunca.

Primeiro dia de um novo ano. Primeiro post no novo blogue. A vida é feita de (re)começos. Caminho com passinhos de bébé e olhos de criança curiosa, Coração aberto, medos para trás das costas, inspiro confiante rumo ao desconhecido. É um ano novo. 365 dias para descobrir e viver. Tudo está em aberto, tudo pode acontecer...